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Polícia vê informações privilegiadas para grupo que roubava muambeiros e apura se há mais envolvidos
DOURADOS NEWS, COM OSVALDO DUARTE
Após a prisão de grupo suspeito de roubar pessoas que transportavam produtos contrabandeados na região de Dourados, a polícia agora investiga se há mais envolvidos com os integrantes da quadrilha.
Na tarde desta sexta-feira (1/8), o delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais), Lucas Albe Veppo, detalhou à imprensa sobre a ação desencadeada na tarde de quinta-feira (31/8) e que contou com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Dos presos, todos são moradores em Dourados. Trata-se de três homens e uma mulher. Ela é advogada e esposa do líder do grupo, identificado como Ávalos, e agia em conjunto com os integrantes. Um adolescente também foi apreendido por suspeita de receptação.
Durante as ações, os membros da quadrilha se passavam por policiais na tentativa de intimidar os ‘muambeiros’ e conseguir interceptar os produtos, queimando os veículos deles após o crime.
Conforme o delegado, a organização contava com informações privilegiadas de rotas e motoristas que transportavam as mercadorias ilegais. Durante o período de atuação, os suspeitos teriam movimentado valores vultuosos.
“É uma organização que movimentou valores vultuosos [ao longo do tempo de ação. Vamos aprofundar as investigações para ver quantas pessoas participavam desse crime (...). Sabemos que há mais envolvidos”, disse Lucas.
Segundo o delegado, também será preciso apurar os autores dos repasses das informações privilegiadas, além de entender quem ficava com os produtos.
“O destino final eram cidades da região, [as mercadorias] ficavam por aqui. Há informações que algumas lojas da região compravam esses produtos para revenda, mas isso ainda é averiguado”, relatou o delegado do SIG, assista abaixo a entrevista completa.
Os quatro integrantes da quadrilha acabaram autuados em flagrante por roubo majorado na forma tentada e associação criminosa com emprego de arma de fogo.
Modo de agir
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que atuou em conjunto com o SIG na ação, os suspeitos utilizavam dispositivos falsos no veículo para dar a impressão de carros descaracterizados da polícia.
Em posse de armas e uniformes semelhantes aos da PRF, eles abordavam as vítimas que transportavam mercadorias contrabandeadas do Paraguai, questionando sobre a legalidade dos produtos.
Logo depois, a quadrilha dizia que levaria a ‘ocorrência’ até o ‘chefe’ para confecção do boletim.
No meio do caminho, os ocupantes eram retirados e os carros levados a um espaço para que fossem descarregados e depois incendiados.
Muitas dessas falsas abordagens aconteceram na região do Anel Viário Norte, em Dourados.
Casos em Douradina e Rio Brilhante também já haviam sido relatados, porém, na maioria das vezes, as pessoas não procuravam a delegacia por se tratar de mercadoria ilícita.
Durante as ações, foram apreendidos os falsos uniformes e dois revólveres calibre .38, além de diversos aparelhos celulares e outras mercadorias.
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