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PSD/PL no Governo e vaga do PP ao Senado
Estratégia é fortalecer o Congresso diante do STF
Douranews
A filiação do governador Eduardo Riedel ao PP (Partido Progressista) com direito, inclusive, a cargo na formação nacional da nova superfederação criada com o ‘casamento’ do partido com o União Brasil, pode provocar uma nova arquitetura na sucessão eleitoral em Mato Grosso do Sul, começando já a partir de abril do ano que vem.
A briga pelas duas vagas ao Senado passa a ter novos ingredientes, com a projeção além do Mato Grosso do Sul adquirida pela forte presença de Riedel nesse cenário. Aliado aos desdobramentos do quadro político nacional, e, dependendo dos resultados de julgamento anunciado para o começo de setembro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Estado passa a ser ainda mais visado pelo comando nacional do União Progressista.
A senadora Tereza Cristina (PP), que vai presidir o ‘novo União’ no Estado, já avisou que a federação terá um candidato ao Senado na eleição de 2026. Até agora, o nome que vem sendo ‘aquecido’ para essa missão é o do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro, pelo PP.
Tereza segue mexendo o tabuleiro com o 'peão' Gerson
Com a filiação de Riedel, surgem novos questionamentos entre os interessados na segunda vaga, por exemplo, uma vez que a primeira ao Senado já é dada como certa ao ex-governador Reinaldo Azambuja (ainda no PSDB), com um pé no PL de Bolsonaro.
Aí é que começa a reviravolta. O futuro cenário, que prevê fortificar o Senado Federal para futuros embates [o projeto nacional é de se criar maioria para poder, inclusive, intervir na ‘soberania absoluta’ do STF], pode ensejar novas acomodações.
O senador Nelsinho Trad (PSD), considerado um dos ‘cabeças’ no Congresso Nacional, onde preside a Comissão de Relações Exteriores nesse período crítico da diplomacia brasileira, não quer ficar de fora do projeto.
O partido dele, que hoje detém o vice-governador Barbosinha, pode ser contemplado com a titularidade, se o tabuleiro da política sul-mato-grossense indicar que Riedel é peça estratégica para o redesenho do Senado, tendo que deixar o Governo em abril como determina a legislação eleitoral, o que abriria caminho para Nelsinho, via o vice, chegar ao Governo de Mato Grosso do Sul como já tentou em 2014. E o nome do PL para o Governo seria o do próprio Reinaldo Azambuja, na dobradinha com Riedel.
Assim, a chamada ‘direita forte’, como se autodenominam os criadores da superfederação, teriam contemplado o PSD (com o Governo a partir de abril entregue, finalmente, a um nome de Dourados, que vem ameaçando chegar ao posto desde 1982, com José Elias), o PL chega ao Governo com o retorno de Reinaldo, o PP ganha mais um nome no Senado (com Riedel) e ainda fica a negociar a segunda vaga, que pode vir a ser preenchida pelo próprio Nelsinho, a considerar o peso político dele junto ao chefão nacional Gilberto Kassab, ainda mais se o governador paulista Tarcísio vier a ser o nome para disputar a presidência da República.
Nelsinho levou Riedel para 'testemunhar' entrada de Barbosa ao PSD
Por via das dúvidas, considerando que daqui até abril ainda faltam oito meses, e que antes disso vem pela frente o julgamento de Bolsonaro – e há, também, outras ações regionais em ebulição -, o governador já marcou a entrega do Hospital Regional de Dourados para setembro e pode fincar outras estacas antes de entregar a cadeira ao ‘grande parceiro’ que adquiriu nessa caminhada. Como, aliás, ‘profetizou’ o senador Trad, muita água ainda vai rolar até às eleições do ano que vem.
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